quinta-feira, 19 de julho de 2012

PROPOSTA PEDAGÓGICA-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO MUNICÍPIO DE JOAQUIM NABUCO-PE


 Elaboração

 Assessoria Pedagógica “Maria da Conceição Gonçalves Ferreira”

Antônia Maria da Silva Souza
Edivânia Rosa da Silva
Karla Wanessa Henrique Silva
Dulcinês Maria da Silva
Fábio Melo da Silva
Manoel José dos Santos Neto
Lindinalva Tavares da Silva
Cilene Maria da Silva
Hermenegildo da Silva
Carlos José Avelino de Paula
Ivison Bartolomeu Gomes
Maria José Claudino Alves
Sineide da S.C. Veríssimo
Gracielma Joice Araújo Guabiraba
Gessyvaldo Aleixo de Souza

Colaboradores
 Gestor Escolar
José Fernando de Almeida Alves (Colégio Fernando Augusto Pinto Ribeiro)
 Coordenador Pedagógico
José Cícero da Silva


APRESENTAÇÃO : Esta Proposta parte de um trabalho participativo e comporta as orientações para a reestruturação da Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal de Educação de Joaquim Nabuco. O material aqui apresentado é fruto da discussão e da escuta dos principais sujeitos da EJA: educandos, educadores, gestores e coordenadores, no período de fevereiro a junho de 2011 e se destina ao 1º Seguimento (1ª e 2ª fases) e 2º Seguimento (3ª e 4ª fases). Nesse trajeto, buscamos construir momentos de diálogos, estudos, debates por meio de reuniões e encontros, como também realizamos coleta de dados através de questionários respondidos pelos educandos e educadores de diferentes escolas.
                       Dessa forma, garantimos a participação de todos envolvidos no processo de Educação de Jovens e Adultos, na perspectiva de que essa proposta expressasse as reais demandas da modalidade EJA no município de Joaquim Nabuco, representando para Secretaria de Educação a possibilidade de colocar à disposição das escolas municipais e dos professores de educação de jovens e adultos um importante instrumento de apoio e referencial para a prática pedagógica, visando facilitar as atividades de planejamento e avaliação.

INTRODUÇÃOA Proposta aqui sistematizada apresenta a preocupação e o compromisso dos educadores, gestores, Secretária de Educação e Governo Municipal com a melhoria do ensino da EJA no município de Joaquim Nabuco.Para tanto, se faz necessário entender quais são os nossos principais desafios,pois construir  uma escola na qual professores e alunos encontrem-se como sujeitos que estimula e produz conhecimentos que contribuem efetivamente, para a vida dos alunos, é tarefa que exige o envolvimento de todos.
                       Nesse sentido, elaboramos a presente proposta, objetivando orientar o fazer do professor, apontando para algumas especificidades dessa modalidade de ensino, pois , os jovens e adultos buscam na escola, sem dúvida, mais do que conteúdos prontos para serem reproduzidos. Como cidadãos e trabalhadores  que são, esses alunos querem se sentir  sujeitos ativos, participativos e crescer cultural,social e economicamente.Assim, estabelecemos como eixo articulador cultura e trabalho, os quais nortearão a ação pedagógica curricular.  Nesse contexto, a proposta visa à garantia do direito dos jovens e adultos à Educação Básica. Dessa forma, a EJA nesta proposta é compreendida enquanto processo de formação humana plena que, deverá levar em conta as forma de vida, trabalho e sobrevivência dos jovens e adultos, ou seja, é considerada enquanto uma modalidade no campo do direito.
         Nessa perspectiva, faz-se imprescindível na EJA superar uma concepção dita compensatória, cujos os principais fundamentos são a de recuperação de um tempo de escolaridade perdido no passado e a idéia de que o tempo apropriado para o aprendizado  é a infância e a adolescência. Sendo assim, é preciso ampliar a concepção de tempo/espaço de aprendizagem, com o currículo pautado em uma pedagogia crítica, que considera a educação como dever político, como espaço e tempo propícios à emancipação dos educandos e à formação da consciência crítico-reflexivo e autônoma.
O Prof. Miguel Arroyo, nos coloca:

“Os jovens-adultos populares não são acidentados ocasionais que, gratuitamente, abandonaram a escola. Esses jovens e adultos repetem histórias longas de negação de direitos. Histórias que são coletivas. As mesmas vivenciadas por seus pais e avós; por sua raça, gênero, etnia e classe social”. (ARROYO, 2005, p. 30)
       
         Com isso, Arroyo reforça que existe uma divida histórica  com esses sujeitos, sendo assim, é  urgente uma toma de decisões políticas  para o resgate/inclusão desses sujeitos, as quais garantam aos mesmos as condições necessárias para a sua atuação em sociedade. Em suma, o documento traduz o anseio da Secretaria Municipal de Educação, em contribuir com a democratização e efetividade do processo educacional construído pela Educação de Jovens e adultos do Município, apontando para um currículo flexível, diversificado e participativo, definido a partir das necessidades e interesses dos alunos, que façam sentido, tenham significado, sejam elementos concretos na sua formação, instrumentalizando-o para uma intervenção significativa na sua realidade.

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

  Historicamente a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil é marcada por descontinuidades e por frágeis políticas públicas para dar  conta da demanda potencial e do cumprimento do direito, nos termos estabelecidos pela Constituição Federal de 1988.  Isso fez com que somássemos um número cada vez mais elevado de analfabetos ou analfabetos funcionais em nosso país, causando vergonha, desrespeito e exclusão social. Para entendermos as causas desse processo, se faz necessário compreender a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Tudo começa no período de colonização, ou seja, a educação de jovens e adultos começa a delimitar seu lugar na história do Brasil com ações educativas  missionárias exercida pelos religiosos, porém, pouco ou quase nada foi realizado oficialmente e as ações desenvolvidas não adquiriram amplitude significativa.
             Somente no Império o ensino volta a ser ordenado. Em 1910, segundo informações do IBGE, “o direito a ler e escrever era negado a quase 11 milhões e meio de pessoas com mais de 15 anos”. Logo, alguns grupos sociais mobilizam-se para organizar campanhas de alfabetização chamadas de “Ligas”. A partir de 1945, com a aprovação do Decreto nº19.513, de 25 de agosto de 1945, a Educação de Adultos torna-se oficial. Daí por diante novos projetos e campanhas foram lançados com o intuito de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso a educação em período regular. Na década de 60, retoma os principais programas de alfabetização do país, organizados pela pedagogia humanista de Paulo Freire, na tentativa de minimizar a situação caótica. Em 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização orientado pela proposta de Paulo Freire, sendo interrompido pelo Golpe Militar e seus promotores duramente reprimidos. Em 1967, o governo assume o controle dos programas de educação de adultos, tornando-os assistencialistas e conservadores, é quando surge o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização),  que apesar de adaptar alguns dos procedimentos da educação popular,evitava problematizar a realidade dos alunos,procurando integrá-la a uma realidade mais “moderna”, idealizada pelo governo.
  Em 1985 desacreditado, o MOBRAL foi extinto e seu lugar foi ocupado pela Fundação Educar, que apoiava, financeira e tecnicamente, as iniciativas do governo, das entidades civis e das empresas. E na década de 90 ocorre a extinção da Fundação Educar, criando-se um enorme vazio na Educação de Jovens e Adultos, portanto alguns estados e municípios assumiram a responsabilidade de oferecer programas de Educação de Jovens e Adultos. A história da educação de jovens e adultos no Brasil chega à década de 1990, portanto, reclamando a consolidação de reformulações pedagógicas que, aliás, vêm se mostrando necessárias em todo o ensino fundamental. Do público que tem acorrido aos programas para jovens e adultos, uma ampla maioria é constituída de pessoas que já tiveram passagens fracassadas pela escola, entre elas, muitos adolescentes e jovens recém-excluídos do sistema regular. Essa situação ressalta o grande desafio pedagógico em termos de seriedade e criatividade, que a educação de jovens e adultos impõe: como garantir a esse segmento social que vem sendo marginalizado nas esferas sócio-econômica e educacional um acesso à cultura letrada que lhe possibilite uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da política e da cultura. (p. 34).  Ribeiro (apud Brasil, 1998)
              A partir daí, fez-se necessário delinear um novo cenário para a educação de jovens e adultos. Foram organizados eventos em nível nacional e mundial, como a Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, na qual o Brasil ratificou um acordo se comprometendo a garantir uma educação básica para todas as crianças, jovens e adultos. O objetivo era satisfazer as necessidades do alunado brasileiro. Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, reafirmou-se o direito dos jovens e adultos a um ensino básico de qualidade e adequado as suas condições, considerando as características, interesses, condições de vida e de trabalho do cidadão, assim como sua gratuidade em sistemas de ensino, sendo o mesmo dever do poder público.
          A resolução CNE/CEB nº. 1/2000 instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais, para Educação de Jovens e Adultos. Essas diretrizes destacam que a EJA, como modalidade da educação básica, deve considerar o perfil dos alunos e sua faixa etária ao propor um modelo pedagógico, de modo a assegurar a eqüidade e a diferença.  Analisando a história da educação de jovens e adultos no país, percebe-se uma longa trajetória marcada por avanços e retrocessos. Num contexto mais restrito, é possível perceber que a Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal de Joaquim Nabuco, também passou por todo um processo de avanços e retrocessos, e hoje pretende de forma coletiva constituir uma educação de adultos que considere essa modalidade educativa no campo do direito, superando a concepção dita compensatória, mudando a maneira como a EJA é concebida e praticada, na perspectiva de buscar novas metodologias, as quais considerem os interesses dos jovens e adultos, com formas de ensino articuladas com o mundo do trabalho, tendo como foco a formação de educadores e a renovação do currículo.

EIXOS ARTICULADORES: Partindo das reflexões feitas no processo de construção da Proposta para Educação de Jovens e Adultos, definimos os eixos cultura e trabalho como articuladores da ação pedagógico-curricular. A cultura compreende a forma de produção da vida material e imaterial e compõem um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade social (WILLIANS,1992).  No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de mediação entre o individuo e a sociedade e, nesse sentido, tem duplo caráter: remete o individuo à sociedade e é, também, o intermediário entre sociedade e a formação do indivíduo (ADORNO,1996).  Nesse sentido, a cultura compreende:
“desde a mais sublime música ou obra literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte,a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida os sistemas morais, as instituições sociais,as crenças, as formas de trabalho”. (SACRISTÀN, 2001, P.105).
              Como elemento de mediação da formação humana, torna-se objeto da educação, a qual se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse modo, pode-se compreender o currículo:
“como a porção da cultura – em termos de conteúdos e práticas (de ensino, avaliação, etc) – que, por ser considerada relevante num dado momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada”. (WILLIAMS, 1984).

   De certa forma, então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura na qual ele se organizou, de modo que ao analisarmos um determinado currículo, poderemos inferir não só conteúdo que, explicita ou implicitamente, são vistos como importantes naquela cultura, como também, de que maneira aquela cultura prioriza alguns conteúdos em detrimentos de outros, isso é, podemos inferir quais foram os critérios de escolha que guiaram os professores, gestores, etc. que montaram aquele currículo (VEIGA-NETO,1995). Dessa forma, a cultura abarca toda produção humana e inclui, também o trabalho e todas as relações que ele perpassa. Assim, o trabalho é a ação pela qual o homem transforma a natureza e transforma-se a si mesmo.
            Quando colocamos a ênfase no trabalho, não significa reduzi-lo à preocupação em apenas preparar o trabalhador para atender às demandas de mercado, mas situar numa perspectiva mais ampla, a considerar a constituição histórica do ser humano, sua formação intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva, sua emancipação. Nessa perspectiva, o currículo é entendido nessa proposta como uma prática de significação e, como tal, vinculado à prática produtiva, às relações sociais e de poder, enfim uma prática que produz identidades sociais, capaz de romper com uma       cultura histórica que privilegiava uma forma mecânica de organização de saberes, com uma lógica disciplinar que hierarquiza e fragmentar o conhecimento, impossibilitando uma aprendizagem analítica, crítica e sobre tudo significativa.
 Para tanto, se faz necessário, entender que mesmo com tempos diferenciados do currículo na escola regular não significa tratar os conteúdos de forma precarizada ou aligeirada na EJA. Ao contrário, devem ser abordados integralmente, considerando os saberes adquiridos pelos educandos ao longo de sua história de vida, pois, os adultos não são crianças grandes e têm clareza do porquê e para que estudar. Nesse sentido, os conteúdos estruturantes dessa proposta são os mesmos do ensino regular, no nível Fundamental, porém, com encaminhamentos metodológicos diferenciados, considerando as especificidades dos (as) educandos (as) da EJA, pois o público adulto possui uma bagagem cultural e de conhecimentos adquiridos em outras instancias sociais. Assim é possível tratar do mesmo conteúdo de formas e tempos diferenciados, tendo em vista as experiências e trajetórias da vida dos educandos da EJA.

PRINCÍPIOS NORTEADORES: Para definirmos alguns princípios pedagógicos na Educação de Jovens e Adultos é preciso refletirmos sobre três questões fundamentais: quem são os jovens e adultos atendidos por essa modalidade de ensino? Por que educá-los? Como educá-los? Nesse sentido, é fundamental pensarmos sobre esse público, suas características e especificidades, entender esses sujeitos é de extrema  importância  para o educador que pretende lidar com esse púbico. Nessa perspectiva, esta proposta é precedida por alguns princípios norteadores – interdisciplinaridade, respeito às especificidades, educação de Jovens e Adultos como direito e educação como formação humana, os quais, não são estanques, estão relacionados e articulados entre si.

Ø  ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
      Tomamos este principio não como a junção de disciplinas, mas como forma de superar um currículo fragmentado, disciplinar, na perspectiva de construir uma visão de totalidade sobre o conhecimento.
                        
                  “Interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e engajamento de educadores, num trabalho conjunto, interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante  uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos,amplos e globais da realidade atual”. (Lück, 1994:63).
                      
       Um ensino calcado apenas num conjunto de disciplinas isoladas e sem interação     entre si, não é suficiente para atingir um aluno que já traz uma bagagem     construída no seu cotidiano.

Ø  RESPEITO AS ESPECEFICIDADES
      Considerar quem são os verdadeiros sujeitos dessa modalidade de ensino, saber de suas habilidades, suas necessidades, expectativas em relação à escola, em fim, suas vivências, é de suma importância para a construção de uma proposta pedagógica. É fundamental perceber quem é esse sujeito com o qual lidamos para que os conteúdos a serem trabalhados façam sentido, tenham significado, sejam elementos concretos na sua formação, instrumentalizando-o para uma intervenção significativa na sua realidade.

Ø  EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO DIREITO
      Tomamos este principio como fundamental para superação de uma concepção compensatória, cujos principais fundamentos são a recuperação de um tempo de escolaridade perdido no passado e a idéia de que o tempo apropriado para o aprendizado é a infância e a adolescência. É preciso estabelecer uma concepção mais ampla das dimensões tempo/espaço de aprendizagem, entendendo que a juventude e a vida adulta são também tempos de aprendizagens.





ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS: A Metodologia definida nesta Proposta tem como objetivo orientar a ação pedagógica, de forma coerente com os princípios norteadores e as especificidades da modalidade, ou seja, se faz necessário que o educador perceba o seu aluno como um interlocutor ativo do processo e como sujeito que traz consigo um legado cultural – conhecimento do senso comum e um saber popular, construído no cotidiano, em suas vivencias com o outro e com o meio.
               Nesse sentido, as orientações metodológicas estão direcionadas para um currículo do tipo disciplinar, que não deve ser entendido como na pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares. O currículo deve ter forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes estejam articulados à realidade do educando. Dessa forma, a organização curricular deverá ser coerente com as seguintes perspectivas:
                                                      
              I - O conhecimento historicamente se constrói por todos os homens na relação e nas suas práticas sociais, assim se faz necessário ser assumido como produção coletiva. Dessa forma, precisamos pôr em interação todos os sujeitos, uns com os outros, rompendo com a tradição de que o conhecimento  se dá de professor para o aluno, e não entre todos os sujeitos da classe, cuja variedade de saberes   assegura a riqueza, a troca, a possibilidade de reconhecer que os saberes são diferentes, e por isso devem ser valorizados e respeitados;

               II – O mundo do trabalho deve ter um papel destacado na modalidade da EJA como espaço de produção de saberes, assim como outros âmbitos de ação social que precisam ser reconhecidos pelos professores e legitimados na sala de aula;
               III – A aprendizagem se dá no confronto de saberes diferentes, em relação dialógica de sujeitos que se (re) conhecem, como protagonistas de suas histórias, deve-se apostar na variedade, entendendo que todos não chegarão a um lugar comum, mas perceber como essas histórias possibilitarão as novas aprendizagens do sujeito, de forma singular.
IV – O conhecimento dota o sujeito para agir de forma que transforme a realidade, assim podemos entender que o aprender é vivo de significados, nessa perspectiva os conteúdos devem ser definidos considerando as práticas sociais e as exigências das sociedades contemporâneas, com uma organização de currículo contextualizado.
Para tanto se faz necessário um modelo de ensino por resolução de problemas; o uso de diferentes estratégias metodológicas para a aprendizagem de diferentes conteúdos; a aprendizagem significativa que deve partir dos conhecimentos prévios dos alunos; a interação entre os pares.
Nesse contexto, a atuação do educador da EJA, é fundamental para que os educandos percebam que o conhecimento tem a ver com o seu contexto de vida, que é repleto de significação. Assim, os docentes se comprometem, com uma metodologia de ensino que favorece uma relação dialética entre sujeito-realidade-sujeito.
Para Freire (1996), a necessidade de uma pedagogia libertadora implica superar uma tradição pedagógica mecanicista e apolítica do processo de conhecimento na escola, uma vez que percebe e valoriza as diversidades culturais dos educandos como parte integrante do processo educativo.
Dessa forma, propões-se a organização de um modelo pedagógico próprio para esta modalidade de ensino, o qual propicie condições adequadas para a satisfação das necessidades de aprendizagem dos educandos nas suas especificidades, tendo em vista que a seleção de conteúdos e as respectivas metodologias para o seu desenvolvimento representam um ato político, pedagógico e social.

AVALIAÇÃO: A avaliação é uma questão desafiadora no ensino em geral, assumindo na Educação de Jovens e Adultos algumas características especificas.
  Dessa forma, se faz necessário priorizar alguns critérios para o acompanhamento da aprendizagem, os quais estejam em sintonia com uma concepção de avaliação que privilegie práticas avaliativas diversificadas, que acompanhe o aluno em seus progressos e dificuldades e forneçam indicadores para o aprimoramento do trabalho pedagógico, na perspectiva de inclusão e emancipação.
              Assim compreendida, ela se faz presente, desde o inicio da prática educativa, orientando o (a) professor(a) e os alunos na busca dos objetivos planejados.

Considerando todos os aspectos referendados, optamos por:  
                    
1.        Utilizar o diálogo como mediação entre educando (a) e educador(a), para favorecer o acom­panhamento do percurso da aprendizagem de forma mais participativa e democrática.

2.        Refletir sobre o ato de aprender do(a) educando(a) e do(a) educador(a), valorizando as  experiências vividas durante o acompanhamento do percurso da aprendizagem, para dina­mizar o processo educativo.

3.        Estimular o (a) educando(a) a participar ativamente do acompanhamento do percurso da aprendizagem, de forma a analisar criticamente o seu próprio desenvolvimento para detec­tar os aspectos em que já avançou e aqueles que carecem de maior estudo; colaborando, assim, para a reorientação do trabalho educativo.

4.        Considerar a produção diária do (a) educando(a) como instrumento de coleta, visando à tomada de decisão sobre a reorganização do trabalho educativo.

5.        Considerar, no acompanhamento do percurso, sempre que necessário reorientação de aprendizagens que ainda não ocorreram, propondo, numa ação consciente, novas alternati­vas que venham a garantir a aprendizagem de todos (as) os (as) educandos( as).

6.        Recolher e corrigir, durante o acompanhamento do percurso, as produções do (a) educando (a), considerando e respeitando a sua autoria, de forma a evitar riscos e rasuras que desqualificam suas experiências.

7.        Descrever, através de registros bimestrais, o acompanhamento do processo de aprendiza­gem do (a) educando (a). Esse deve traçar a trajetória educacional do período de permanência no espaço educativo, com base no desenvolvimento do (a) educando (a) como pessoa huma­na e a sua participação crítica na sociedade, assumindo um compromisso com a educação humanizadora e  emancipatória.









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